A ideia era levar “Deus nos Acuda” ao ar no primeiro semestre de 1992. Mas, por questões de produção e da grade da Globo, a estreia foi marcada apenas para agosto. E foi essa mudança que, coincidentemente, atrapalhou a ideia de Sílvio de Abreu de, pela primeira vez, usar um folhetim para criticar o cenário político brasileiro. Na época, a vontade era brincar com algumas questões que envolviam o mandato do então presidente Fernando Collor. Porém, com o início de seu processo de “impeachment”, sua trama precisou ser alterada. “Era um governo tão caricato que dava para fazer uma boa comédia em cima. Mas tive de reescrever muita coisa que, depois, não faria mais sentido”, lamenta o autor.
A trama girava em torno da atrapalhada Celestina, vivida por Dercy Gonçalves, um anjo responsável por cuidar do Brasil. Como não conseguia fazer o País crescer, ela recebia uma ameaça do próprio Deus, que queria mandá-la para a Terra, para viver como brasileira. Para se livrar do castigo, ela deveria modificar o caráter de um cidadão brasileiro, tornando-o digno e honesto sem desrespeitar o livre-arbítrio do mesmo. E ela, então, escolhia a bela trambiqueira Maria Escandalosa, papel que coube a Cláudia Raia. “Foi nesse período que eu e Cláudia nos tornamos mais amigos”, lembra Jorge Fernando, diretor da novela. (Márcio Maio/TV Press)
Fonte: O Diário de Mogi