Maria Adelaide Amaral, autora de "Ti-Ti-Ti", deixou o Copacabana Palace, no Rio, na noite desta terça-feira (17), com a sensação de dever cumprido. A novela, originalmente escrita por Cassiano Gabus Mendes, ganhou seis dos 13 troféus do "Prêmio Contigo! de TV". "Para fazer um bom remake é preciso pegar a ideia original e reciclar. Todos esse prêmios são resultado de muito trabalho e muito esforço de toda a minha equipe", disse Maria Adelaide em entrevista ao UOL após a cerimônia de premiação.
Além de ser eleita melhor novela, "Ti-Ti-Ti" também ganhou outros prêmios por tabela: melhor atriz -com Claudia Raia na pele da hilária Jaqueline Maldonado-; melhor ator -com Murilo Benício interpretando o costureiro Victor Valentim-; melhor diretor de novela -Jorge Fernando-; melhor autora -Maria Adelaide Amaral- e melhor atriz infantil -Clara Tiezzi, que deu vida à blogueira de moda Mabi. "Imaginei que a Claudia (Raia) e o Murilo (Benício) fossem ganhar nas categorias que eles concorriam. Mas não imaginava que 'Ti-Ti-Ti' saísse daqui com tantos prêmios", contou Maria Adelaide, emocionada.
No palco, durante seu discurso na entrega do prêmio de melhor autor, Maria Adelaide confessou ter sentido a presença de Cassiano Gabus Mendes, morto em 1993. "Primeiro, obrigada ao Cassiano. Eu sentia o Cassiano do meu lado. Posso dizer que a gente se divertiu muito fazendo 'Ti-Ti-Ti'. Muito obrigada a todos vocês que ajudaram a fazer dessa novela, esse grande sucesso", afirmou ela, ao receber a estatueta.
Jorge Fernando, vencedor da categoria melhor diretor de novela, declarou seu amor à autora no palco do Copacabana Palace: "Te amo, Maria Adelaide. A gente entrou nessa parceria apenas como conhecidos e vejo que saímos dela apaixonados um pelo outro. É muito difícil ver a comédia ganhar um prêmio. Viva a comédia!".
Murilo Benício e Claudia Raia, que sagraram-se melhor ator e atriz na noite, não compareceram ao prêmio. Jorge Fernando subiu ao palco para receber o troféu de Murilo e brincou com a situação. "Murilo não veio e eu estou aqui, fazendo esse papel. Sem a Guilhermina Guinle. Pelo menos a Guilhermina poderia ter vindo, né?", perguntou Jorge, arrancando risos da plateia.
Claudia Raia mandou a amiga Karina para receber seu troféu. Com um cocar amarelo na cabeça, Karina leu um texto, a pedido da amiga, escrito pela ambientalista Marina Silva sobre o projeto de Belo Monte, que prevê a construção de uma usina hidrelétrica em um trecho de 100 quilômetros no Rio Xingu, no Pará.
Como o roteiro da cerimônia, apresentada por Fernanda Torres e Luís Fernando Guimarães, lembrou a história dos seriados nacionais, o ator Carlos Miranda, protagonista de "O Vigilante Rodoviário", recebeu uma placa. O seriado foi exibido na década de 60 pela extinta TV Tupi. "A emoção é muito forte. Queria deixar registrado o meu agradecimento ao criador, Ary Fernandes, falecido há pouco tempo", disse Carlos.
O ator Francisco Cuoco foi homenageado pelo conjunto da obra e recebeu seu troféu das mãos da amiga Regina Duarte. "Quando a gente começa a carreira, ganha uma porção de prêmios. Depois, ganha uma serenidade e mais nada. Muito obrigado por essa noite inesquecível", agradeceu Cuoco, que foi aplaudido de pé.
E, como em quase toda festa há uma saia justa, ela foi protagonizada por Débora Bloch, que apresentou a categoria melhor novela. "Eu vim aqui tapar buraco. Eles queriam a Paola Oliveira, mas ela ficou presa fazendo novela ["Insensato Coração"]. Mas é possível ser feliz fazendo novela", ponderou Débora, antes de anunciar o remake "Ti-Ti-Ti" como o vencedor do prêmio.
Fonte: UOL