As cenas de merchandising social já viraram clichê nas novelas da Globo. Mas o ar sério e o discurso didático passam longe dos estúdios de Ti-ti-ti. A história de Maria Adelaide Amaral até chama a atenção para os problemas que a má gestão do lixo pode trazer ao meio ambiente. Mas tudo com muitas caras e bocas, nos típicos tons carregados do diretor Jorge Fernando. Em cena que vai ao ar no próximo dia 6, segunda-feira, por exemplo, Jaqueline, de Cláudia Raia, toma um susto ao ver a filha Thaísa, de Fernanda Souza, cercada de lixo na sala de casa. E criando com os restos uma escultura que, segundo a menina, "traduz a expressão da verdade". "Nessa nova fase, a Thaísa acredita que vive uma vida falsa, mentirosa, e decide se livrar de tudo que pode camuflar ou disfarçar suas características naturais. Com isso, ela para de usar perfumes, cremes e outros luxos e passa a se vestir e se comportar de forma rebelde", explicou Fernanda, pouco depois de ouvir os conselhos de Cláudia para dar mais emoção à cena.
Tudo começa quando Jaqueline, depois de rasgar o vestido que Clotilde, de Juliana Alves, usaria no casamento com Jacques Leclair, corre para ver Thaísa. Desolada, a "fashionista" busca conforto nos braços da filha, mas se assusta com o cheiro desagradável que sai debaixo deles. Na cena, as personagens fazem referência à velha Turma da Lazinha, uma galera "do mal" que já era mencionada na primeira versão da história. "Essa cena é complicada porque a Jaqueline saiu de um momento ruim, dramático, vendo o vestido da Clotilde e, em seguida, encontra a filha assim. É mais difícil dosar o humor em sequências como essa", avaliou Cláudia, que tira todas as dúvidas sobre o melhor tom com Jorge Fernando.
O lixo, formado em sua maior parte por garrafas de plástico, restos de comida e papéis, é motivo de reclamações de Jorge Fernando. "Nunca vi um lixo tão limpo na minha vida. Isso aqui parece sujo?", indagou. A limpeza é tanta que o diretor resolve pedir que Fernanda coma um pouco da alface usada para enfeitar a "obra de arte" em cena. Exceto por um mínimo detalhe. "Não gosto muito de comer alface pura, mas se quiser, eu faço", disse a atriz.
Claudia e Fernanda dividem a gravação com uma "companheira" inusitada. Para dar mais humor à rebeldia de Thaísa, a autora Maria Adelaide Amaral "deu" um bicho de estimação diferente para a personagem: a cabra Verdade. "Já gravei com todos os bichos que você possa imaginar. Eles sempre enriquecem as cenas. Ainda mais quando são diferentes daqueles que estamos habituados a ver nessas situações", explicou Jorge Fernando. Durante o ensaio, o animal fica num canto, descansando, esperando a hora certa de "trabalhar". Quando a cena começa a ser rodada, uma surpresa tira a atenção das duas atrizes: a cabra faz cocô entre as duas. "Por mim, está tranquilo. A gente continua e o pessoal limpa depois que a gravação acabar", opinou Cláudia. A frescura fica apenas na ficção. Não é à toa que os trabalhos se encerram em apenas 30 minutos.
Ti-ti-ti - Globo - Segunda a sábado, às 19h.
Fonte: Terra Brasil
Fonte: Terra Brasil