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8 de agosto de 2010

CRÍTICA/ 'Ti-ti-ti': muitos acertos

Qualquer remake já nasce com uma janela aberta para a comparação. No caso de “Ti-ti-ti”, essa possibilidade está ainda mais ampla. Pelo menos dois de seus principais atores estão, por coincidência, também no ar no canal Viva da Globosat. Murilo Benício é um rapaz triste e meio travado em “Por amor”. Alexandre Borges, um médico contido em “Mulher”. A possibilidade de confrontar seus desempenhos hoje com o que mostraram em outros carnavais em ambos os casos serve para comprovar que a passagem do tempo, o amadurecimento, só fez bem.


Murilo se tornou um ator completo e, como o Ari/Victor Valentim, dissipou todas as dúvidas sobre aquele que foi seu ponto fraco por muito tempo: a capacidade de projetar a voz. O costureiro é um animado e um animador. Alexandre também acertou como Jacques Leclair. Vem defendendo, ao lado de Claudia Raia, excelentes cenas. Bons atores e afiados, aliás, não faltam à produção. Ísis Valeverde, Caio Castro, Fernanda Souza, Giulia Gam, Christiane Torloni, Elizângela, Dira Paes, Mayana Neiva, Tato Gabus, Malu Mader, Betty Gofman, Marco Ricca e Nicette Bruno são apenas alguns deles.


Jorge Fernando tem pegada popular sem jamais cair na vulgaridade e “Ti-ti-ti” é leve, divertida, tem a cara das 19h. Maria Adelaide Amaral se sai muito bem, mesmo para o público que se lembra de “Plumas e paetês” e da “Ti-ti-ti” original. Ela se inspira em Cassiano Gabus Mendes enquanto imprime sua própria marca. Prova de seu acerto é que até a expressão-título da novela, que estava em total desuso, revive com naturalidade na boca dos personagens. Essa semana, Murilo Benício disse, no maior entusiasmo: “Vai ser o maior ti-ti-ti!”. E não é que já está sendo?

Fonte: Patricia Kogut

Fotos: Blog Atriz Claudia Raia