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5 de novembro de 2014

Claudia Raia volta à TV fazendo o seu melhor: comédia pastelão


Claudia Raia sempre rouba a cena quando se permite ser… Claudia Raia. Ou seja, expansiva, espalhafatosa, cínica no melhor sentido.

Foi assim que a atriz surgiu — e se destacou — no primeiro capítulo de Alto Astral, a nova novela das 19h da Globo, escrita por Daniel Ortiz e sob direção de núcleo de Jorge Fernando, que estreou na segunda-feira (3).

A personagem Samantha Paranormal é uma sensitiva que perdeu os poderes por descambar para o charlatanismo.

Para se dar bem, ela forja a continuidade da habilidade de prever o futuro com a ajuda de cúmplices. Seu objetivo é ser famosa e rica.

Um tipo de personalidade bastante representativo dos dias atuais, marcados por celebridades instantâneas surgidas de factoides e a busca obsessiva por enriquecimento rápido e fácil.

Uma análise superficial identifica em Samantha outros tipos cômicos da carreira de Raia, como a Adriana Ross de Rainha da Sucata (1990), a Maria Escandalosa de Deus nos Acuda (1992) e a Jaqueline de Ti Ti Ti (2010).

Mulheres que se sentem eufóricas sob os holofotes, abominam a discrição e agem por impulso, especialmente na vida amorosa.

Uma das maiores qualidades artísticas de Claudia Raia é o despudor com a comédia desavergonhada. Ela ‘se joga’, como a própria atriz costuma dizer.

Não teme deixar o estereótipo de estrela da TV para se lambuzar nos clichês em uma personagem extremamente popular.

Em uma cena do primeiro capítulo, Samantha levou uma ‘tomatada’, atirada por incrédulos do seu poder de vidência. Poucas atrizes lidam tão bem com o gênero pastelão como Raia.

Na trama, ela terá como alvo afetivo o atrapalhado médium Caíque (Sérgio Guizé), que compõe um triângulo amoroso com o irmão de criação, o médico Marcos (Thiago Lacerda), e a noiva deste, a jornalista Laura (Nathália Dill).

Entre golpes e mensagens do além, Samantha e Caíque prometem cumprir a cota de humor da novela.
A estreia de Alto Astral foi leve, despretensiosa, recheada de clichês. Depois das antecessoras Além do Horizonte e Geração Brasil, que tentaram ousar na linguagem e acabaram afastando o telespectador, um enredo simples e previsível nem pode ser visto como defeito.

Às vezes, o mesmo do mesmo é tudo o que os noveleiros querem para se divertir no começo de noite.

Fonte: Sala de TV