menu

25 de janeiro de 2012

Walcyr Carrasco fala sobre Cabaret



Fui assistir o musical Cabaret, com Cláudia Raia e Jarbas Homem de Mello, em São Paulo. Até fiz uma foto para publicar, mas depois de várias tentativas, ela não entrou. Éramos eu e Cláudia, após o espetáculo, em seu camarim. Ela sem maquiagem e reclamando:

– Você quer me publicar detonada?

Acho que foi praga da Cláudia, pois a foto não fez download. De fato, tenho tido inúmeros problemas com a tecnologia do blog. Provavelmente meus, que sou meio asno em informática. E não da tecnologia propriamente dita. Ou da tecnologia do meu cérebro, para ser mais específico!

Enfim….eu tinha a maior preguiça de assistir Cabaret. Adorei o filme, que vi inúmeras vezes. Tantas que nunca me interessei em ver o musical no exterior. Como sempre, fui deixando pra mais tarde.

– Depois eu vou!

Até que a Cláudia me telefonou.

– Todos autores com quem trabalhei já vieram assistir. Menos você.

– Mas Cláudia, eu te explodi naquela novela, Sete Pecados!

– Deixa de bobagem, eu te adoro!

Quando cheguei, ela havia me reservado, e ao casal de amigos que me acompanhou, lugares magníficos.

O espetáculo começou. E fiquei fascinado do primeiro ao último momento.

Pra começar, Jarbas Homem de Mello é um ator completo, capaz de dançar, cantar e interpretar. Ou seja, quando canta e dança permanece no personagem. Consegue ter a platéia nas mãos, o Jarbas. Poucas vezes assisti um talento tão completo no teatro brasileiro. Não é a toa que foi indicado para o Prêmio Shell. É a primeira vez que isso acontece com um intérprete de musical. Merece ganhar!

Cláudia Raia é um espetáculo à parte. No momento em que entra em cena, todos olhares se voltam para ela. Magnetiza. É a qualidade de uma estrela. É encantadora, engraçada e emocionante, principalmente na cena em que se separa de seu grande amor. Lá está uma atriz madura, firme, capaz de interpretar a sofrida Sally Bowles.

O espetáculo é completo, graças à direção de José Possi Netto e à adaptação de Miguel Falabella. Os números de dança, por exemplo, mostram a ascensão do Nazismo sem necessidade de discurso. (Cabaret se passa na Alemanha durante a tomada de poder pelos nazistas). Os figurinos são riquíssimos. Todos atores cantam e dançam bem.

O Brasil aprendeu a fazer musical, é o que mostra Cabaret.

Depois do espetáculo, eu, meus amigos, Cláudia e Jarbas fomos jantar em um restaurante delicioso, o Maracutai.

Conversamos longamente sobre o espetáculo, o mundo artístico e, principalmente, a VIDA.

Nunca tinha tido a oportunidade de conversar tanto com Cláudia Raia. Fui para casa tão apaixonado pela pessoa quanto pela atriz.

E.. ah…não percam tempo, paulistanos: assistam Cabaret! Daqui a pouco vai pro Rio!

Fonte: Blog do Walcyr Carrasco/ Blog Atriz Claudia Raia