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24 de outubro de 2011

Cabaret

Interpretar Sally, a personagem central do musical Cabaret que ficou mais conhecida pela interpretação de Liza Minelli no cinema, era uma obsessão de Claudia Raia desde 1989, quando perdeu o papel da única encenação brasileira por estar comprometida com uma novela. No ano passado, quando os direitos do musical finalmente voltaram a ficar disponíveis, a atriz correu para realizar seu objetivo. Que se concretiza a partir desta sexta-feira (28) no palco do Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo.
“Desde então foi uma brincadeira de Tom e Jerry entre eu e a Sally”. diz Claudia Raia. Ela conta que tentou comprar os direitos de "Cabaret" nos anos 90, mas não conseguiu. Nos anos 2000, outra novela a impediu de estrelar uma montagem, que acabou não saindo. A partir daí, ela e Sandro Chaim, produtor geral do espetáculo, ficaram atentos. No dia que souberam que tinha vencido o contrato, Chiam pegou um avião para os EUA e comprou os direitos.
Mas Claudia vê a espera de forma positiva: "Há vinte anos, não sabia as cascas da cebola da personagem", explica.

Checar a performance de Claudia em seu papel dos sonhos é coisa que alguns poderão fazer mais de perto do que se costuma - na montagem, onze mesas com espectadores ficam sobre o palco, ajudando a criar o clima de cabaré. As mesinhas têm luminárias e telefones de época.
 
Claudia, junto com Miguel Falabella, o responsável pela versão brasileira do espetáculo, e parte dos 80 profissionais envolvidos na produção, apresentaram trechos do show à imprensa nesta segunda-feira (24). Encenado pela primeira vez há 45 anos, a partir do livro de Christopher Isherwood, com música de John Kander e letras de Fred Ebb, “Cabaret” se tornou um dos musicais de maior sucesso de todos os tempos.

São 150 figurinos - um deles, o que Claudia usa na música "Grana" ("Money"), tem 20 mil cristais. Os dos personagens masculinos, incluindo o Mestre de Cerimônias, têm inspiração fetichista, inspirados em desenhos eróticos alemães do final do século 19, segundo o figurinista Fábio Natame.
Para que a fumante Sally não atrapalhasse a vida da ex-fumante Claudia, a produção encomendou vinte caixas de cigarros de alface. Ela fuma dois em cena a cada sessão.
Para viabilizar a empreitada, ela se uniu a Sandro Chaim, que assina a produção geral, um elenco de 21 atores e uma orquestra de 14 músicos, regida em cena pela maestrina Beatriz de Luca. O responsável pela versão brasileira das músicas e do texto é Miguel Falabella. “Tinha certeza de que seria o Miguel. Nós temos um amor comum por este musical e dentre todas as adaptações maravilhosas dele, esta é a melhor”, garante. Segundo ela, a produção teve liberdade para mexer em tudo, inclusive no humor. "Não é inspirado em nenhuma versão, é o nosso 'Cabaret'", diz.
Ambientada no Kit Kat Club, uma decadente casa noturna em Berlim, em 1931, a trama gira em torno do relacionamento da inglesa Sally com o escritor americano Cliff Bradshaw, vivido pelo jovem ator Guilherme Magon, de 25 anos. Magon substitui Reynaldo Gianecchini, originalmente escalado para o papel, e que deixou a peça para tratar um linfoma.

Fonte: G1.com