Grandes e marcantes novelas passaram pela telinha nos últimos dez anos. Difícil é escolher as melhores. O certo é que, rindo ou chorando, nos emocionamos pra valer com os mais diferentes assuntos: culturas muçulmana e hindu, dores de amores quase impossíveis, paixões possíveis mas improváveis, dramas que envolveram dependência química, busca por poder e fama, imigração ilegal, luta contra a leucemia... , selecionamos algumas das histórias mais inesquecíveis e cativantes. Senta aí um pouquinho, e vamos lembrar juntos!
Ti-ti-ti, 2010
A novela de Maria Adelaide Amaral, baseada na obra de Cassiano Gabus Mendes, repete o estrondoso sucesso de 25 anos atrás. A história conta, de forma bem-humorada, a rivalidade profissional, afetiva e familiar entre os estilistas Jacques Leclair (Alexandre Borges) e Victor Valentim (Murilo Benício). Seus verdadeiros nomes são André Spina e Ariclenes Martins, respectivamente. Os dois eram amigos de infância e sempre brigaram muito. O tempo passa, e Ariclenes não consegue se estabelecer profissionalmente, ao contrário de André, que se tornou um conceituado costureiro da sociedade paulista. Ari, então, resolve entrar no terreno profissional de André, acirrando o confronto. Quem também se destaca é a perua espalhafatosa Jaqueline (Claudia Raia). O folhetim também resgatou, numa homenagem mais do que justa, um outro personagem de Cassiano, o detetive Mário Fofoca (Luís Gustavo), da novela Elas por Elas, da longínqua década de 80. Uma deliciosa metalinguagem que Maria Adelaide nos deu de presente.
Caminho das Índias, 2009 Primeira novela brasileira a ganhar o Emmy International Awards, Caminho das Índias retratou as peculiaridades da cultura indiana em contraponto aos costumes brasileiros. A trama teve como ponto de partida a paixão proibida entre dois jovens indianos de origens distintas: Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia), um dalit – considerado impuro e condenado a nem mesmo tocar com sua sombra um integrante das castas. E como o destino não perde tempo, os dois se separam. Tempos depois, Maya descobre que está grávida de Bahuan, cede às pressões da família e se casa com Raj (Rodrigo Lombardi), que também deixou para trás o amor da brasileira Duda (Tânia Khallil). Durante o casamento, no entanto, Raj e Maya se apaixonam, embora pairasse a sombra da mentira de Maya sobre a gravidez. Mas como perdão foi feito para se dar, ele acaba desculpando a esposa. Daí para frente, só felicidade. Outros personagens que fizeram sucesso com o público foram a infiel Norminha (Dira Paes) e seu apaixonado marido Abel (Anderson Müller). Ela aprontava todas com ele!
A Favorita, 2008 A trama marcou a estreia de João Emanuel Carneiro no horário nobre da Globo. A história se ancorava na rivalidade de Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Claudia Raia), antigas parceiras da dupla Faísca e Espoleta. O autor inovou ao não revelar desde o início quem eram a mocinha e a vilã, deixando os telespectadores em dúvida. Flora cumpriu pena pelo assassinato do marido de Donatela e saiu da cadeia disposta a provar sua inocência. Dois meses depois da estreia, o público descobriu que Flora era a vilã, e não só havia matado o marido da ex-amiga de infância como queria destruir toda a família da rival.
Paraíso Tropical, 2007
O folhetim tinha como trama central a história das gêmeas Paula e Taís (Alessandra Negrini), irmãs fisicamente idênticas, mas com personalidades totalmente opostas. Paula se apaixona pelo empresário Daniel (Fábio Assunção), mas tem seu romance atrapalhado por Taís. A novela trazia como pano de fundo as disputas pelo Grupo Cavalcanti, na qual o carro-chefe era a rede de hotelaria. Mas quem roubou a cena foi o casal de vilões Olavo (Wagner Moura) e Bebel (Camila Pitanga). Ela era uma prostituta divertidíssima e sem pudor nenhum; ele, um empresário ambicioso e mau-caráter. Como prova de que a gente adora um bom vilão, os dois conquistaram a simpatia dos telespectadores.
América, 2005
América discutia a realização dos sonhos através da história de amor de Sol (Deborah Secco) e Tião Higino (Murilo Benício). Após passar uma infância miserável no Rio de Janeiro, Sol queria melhorar de vida nos Estados Unidos, e Tião lutava para ser um campeão de rodeios. Os dois se apaixonaram à primeira vista, mas cada foi para o seu lado, alcançou seu objetivo e encontrou um novo amor.
Senhora do Destino, 2004
A história da migrante nordestina Maria do Carmo (Susana Vieira) e o sequestro da filha caçula realmente comoveram o público. A protagonista lutou para reencontrar Lindalva/Isabel (Carolina Dieckmann), roubada por Nazaré (Renata Sorrah), que, aliás, roubou a cena e acabou se tornando a maior vilã da década. A trama apresentou ainda o impagável e “felomenal” Giovanni Improtta (José Wilker). Uma de suas características marcantes era a inseparável gravata borboleta, além do esforço para falar bonito, que o levava a cometer vários erros de português. Seu modo de falar caiu nas graças do público.
Celebridade, 2003
A novela abordou temas como o jornalismo de celebridades, o alpinismo social e a busca desenfreada pela fama. Mas, calma, tinha mais: a ambiciosa Laura (Cláudia Abreu), louca pelo poder, passou a trama inteira querendo destruir a carreira de Maria Clara Diniz (Malu Mader). A razão do ódio de Laura é que ela era filha da verdadeira musa da canção que fez de Maria Clara uma mulher rica e famosa, enquanto ela – Laura – e a mãe amargaram uma vida miserável. Maria Clara, porém, sempre acreditou que a música Musa de Verão fora composta por seu ex-noivo, Wagner, em sua homenagem. O casal de vilões Laura e Marcos (Márcio Garcia) – a “Cachorra” e o “Michê”, como eles se chamavam – protagonizou cenas memoráveis.
O Clone, 2001 O amor falou mais alto em O Clone e ultrapassou as barreiras culturais, sociais e temporais. A novela tinha como fio condutor o amor da muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) e do brasileiro Lucas (Murilo Benício). Dependência química, costumes muçulmanos e clonagem humana foram assuntos que mobilizaram o público. E ainda houve bordões impagáveis: “Não é brinquedo não!”, por exemplo, nos lembra de Dona Jura (Solange Couto). O Clone foi, até então, a novela de maior audiência da TV Globo no horário das 20h. E aí? A saudade ainda não passou? Corre e liga no Vale a Pena Ver de Novo, onde a novela está sendo reprisada.
O Cravo e a Rosa, 2000
Essa foi uma das histórias mais leves e engraçadas da telinha. Inspirada no clássico "A Megera Domada", de William Shakespeare, marcou a estreia de Walcyr Carrasco na TV Globo. A trama narrava o conflituoso romance entre a geniosa feminista Catarina (Adriana Esteves) e o rude e machista Petruchio (Eduardo Moscovis). Com o tempo, ela começa a perceber as qualidades dele e se apaixona. Petruchio também fica caído de amores, mas nenhum dos dois dá o braço a torcer. O casal protagonizou cenas divertidíssimas e arrancou muitas risadas do público.
Laços de Família, 2000
A emoção foi o ponto alto da novela de Manoel Carlos. A história central da luta incansável de Camila (Carolina Dieckmann) contra a leucemia e da obstinação de sua mãe, Helena (Vera Fischer), para ajudar a salvar a filha. Para isso, precisou engravidar a fim de conseguir um doador compatível para o transplante de Camila. Helena, que até então guardava em segredo irremovível a identidade do pai de Camila, se vê obrigada a contar a verdade. Acontece, então, mais uma reviravolta na trama. Reynaldo Gianecchini, um dos maiores galãs dos últimos tempos, foi revelado nessa inesquecível novela.
Fonte: Vídeo Show