Eles não faziam ideia do tamanho da obra da qual participavam, mas tiveram a sorte de estrear na televisão em um marco como “Roque Santeiro”. Patrícia Pillar, Claudia Raia e Maurício Mattar, hoje nomes consagrados, eram novatos na estreia da novela, no dia 24 de junho de 1985.
— Eu não tinha a menor ideia do que me esperava. A minha única expectativa era aprender. Tive o privilégio de assistir de perto ao nascimento de personagens que fizeram história na televisão como Viúva Porcina, Sinhozinho Malta, Prefeito Florindo Abelha (Ary Fontoura), Dona Pombinha (Eloísa Mafalda), Lulu (Cássia Kiss) e Zé das Medalhas (Armando Bógus) — lista Patrícia Pillar, que viveu, aos 21 anos, a atriz Linda Bastos na sua estreia: — Tive grandes companheiros de cena, como Luiz Armando Queiroz e Ewerton de Castro. Com eles, que foram generosos durante todo o trabalho, pude dividir dúvidas e angústias.
Entusiasmado ao relembrar que viveu João Ligeiro, o irmão de Roque na trama, Maurício Mattar é só orgulho:
— Alcancei 100% do Ibope com a morte do meu personagem! Participar desse sucesso foi um sonho realizado. Ainda hoje, quando chego para gravar no Projac, os profissionais da técnica gritando, escondidos nos estúdios, “João Ligeiroooooo”. E eu brinco respondendo: “É a mãaaae” — diverte-se ele, que também tinha 21 anos na época e encontrou apoio em João Carlos Barroso (que interpretou o Toninho Jiló): — Ele me adiantou muito sobre o processo técnico da televisão.
Já bailarina, Claudia Raia começou sua carreira na TV, aos 18 anos, como a dançarina e manicure Ninon. Ela formava um trio com a também dançarina Rosely (Isis de Oliveira) e com Matilde (Yoná Magalhães), a dona da boate Sexus. Era com as duas atrizes que a estreante pegava dicas.
— Claudia fez a sua primeira cena de beijo com o Maurício do Valle, que vivia o delegado Feijó. Eu e Yoná inventamos que o beijo tinha que ser de verdade. Pilhamos M
aurício, que entrou na onda. Claudia saiu de cena com a boca inchada! Ela beijou de verdade, mas não brigou com a gente não, o clima era de muita diversão — entrega Isis, que lembra outra história da colega: — Wolf Maya marcava as coreografias que a gente apresentava na boate. Claro que a Claudia, que já dançava, sabia tudo. Enquanto eu e Yoná levávamos meia hora para decorar as sequências de passos, ela pegava os passos em cinco minutos!
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Fonte> Extra Online