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13 de maio de 2010

Revirando o baú:O Beijo da Mulher Aranha


Na cela de uma prisão, um prisioneiro político (Valentin – Miguel Falabella) e um homossexual (Molina – Tuca Andrada), “corruptor de menores”. O convívio forçado conduz o primeiro a conscientizar-se de sua individualidade e o segundo a adquirir consciência do papel social do indivíduo.

Valentin, Molina e Aurora (Cláudia Raia), a estrela de cinema criada pela fértil imaginação dos prisioneiros, são as personagens centrais de O Beijo da Mulher Aranha, musical inspirado na adaptação de Terrence McNally para a Broadway do romance de Manuel Puig.

A luxuosa produção nacional (estimada em US$ 1 milhão) é cuidada: corpo de baile, cenografia, vestuários, efeitos sonoros, excelente iluminação e boa direção de Wolf Maia. No eficiente elenco de apoio destacam-se Carlos Capeleti e Vera do Canto e Mello.

Cláudia Raia mostra que tem tudo para o papel da “mulher aranha”: além de capacidade interpretativa e bela presença, sabe cantar e dançar. Falabella e Andrada criam com segurança seus papéis e têm plena noção de ritmo, colocação e intensidade vocal. O último, aliás, surpreende como cantor. Ressalva para a música de Fred Ebb e John Kander, que não possui a categoria de Cabaret, outro musical de sua autoria.

É impossível deixar de constatar que as sucessivas adaptações do romance (traduzido para 27 idiomas e sucesso no cinema, sob direção de Hector Babenco) fizeram-no perder a complexidade original, enfatizando o pitoresco em detrimento do humano. A versão musical pasteuriza-o em definitivo. Produção impecável

Texto:IstOÉ Gente

Colaboração:Joakson Misie