Por José Gabriel Navarro
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Apenas em 2010, pelo menos oito obras primeiramente encenadas na badalada rua nova-iorquina terão montagens em São Paulo: "Hairspray", "O Rei e Eu", "Cats", "O Despertar da Primavera", "Meu Amigo Charlie Brown", "Bark! Um Latido Musical", "Hair" e "O Médico e o Monstro". No Rio de Janeiro, o calendário deve se revezar entre essas e outras peças, cujas temporadas começaram ano passado.
"A indústria se profissionalizou. Os próprios produtores da Broadway consideram algumas versões brasileiras melhores que as originais", afirma Paulo Leal, empresário responsável pela captação de recursos para "Les Misérables" (2001) e "O Fantasma da Ópera" (2005), entre outros. Segundo ele, as 15 encenações realizadas nesses dez anos de musicais à la Broadway no Brasil, mais os inéditos "O Médico e o Monstro", agenciado por Leal, e "O Despertar da Primavera", criaram 25 mil empregos diretos.
Uma média de 600 mil espectadores por ano pode parecer pouco expressiva aos mais céticos, mas é preciso lembrar que cada ingresso comprado custa cerca de 140 reais.
Com o alto valor das entradas, o risco de apostar em superproduções é intimidador. Em Hollywood, de cada sete filmes, quatro dão prejuízo. O mesmo pode acontecer com os musicais, por isso, os produtores brasileiros tiveram de mostrar aos patrocinadores que o lucro de alguns espetáculos compensa as perdas de eventuais fracassos de bilheteria.
Atualmente, as veteranas Credicard, Volkswagen, Bosch e Cielo (antiga Visanet) estão acompanhadas por colegas como Nestlé, Colgate-Palmolive e Bradesco na hora de bancar montagens de grande porte. Entre atores, cenografia, figurino e direitos autorais, cada peça absorve de R$ 4 milhões a R$ 6 milhões. Nos casos de sucesso, o retorno chega a 20% do investimento.
Até os artistas nacionais participantes de musicais "importados" estão dando um salto na carreira. A versão alemã de "A Bela e a Fera" conta com dois atores brasileiros, que interpretam e cantam no idioma germânico. E Paulo Leal promete levar a montagem brasileira de "O Médico e o Monstro" para Portugal em 2011, com temporadas em Lisboa e cidade do Porto. De acordo com o empresário, o que faz falta no Brasil são encenações fora do eixo Rio-São Paulo. "Existem as megaproduções, mas ainda não existem tantos grandes teatros", diz Leal.
Fonte:Época Negócios